por Thailla Torres
Há 10 anos, o chef de cozinha Paulo Machado tem o projeto o Food Safaris, que são expedições para destinos diferentes baseadas nas melhores experiências dele em viagens. O trabalho começou pelo Pantanal, Amazônia, Sul do Brasil e Nordeste até chegar a destinos internacionais. Após uma pesquisa na Ásia, este ano foi a primeira vez que o projeto levou turistas para o Japão.
O grupo teve a oportunidade de conhecer a fundo a cultura de um povo que tem hoje a gastronomia elevada a patrimônio imaterial, uma vez que a cozinha japonesa é considerada uma das mais saudáveis do mundo, por ser uma comida com pouca gordura, baseada em frutos do mar e que preserva a ancestralidade, prioriza a sazonalidade dos ingredientes, a decoração dos alimentos e utensílios de mesa, além do sabor natural dos alimentos.
O bate e volta durou 10 dias e foi uma introdução às melhores coisas que as cidades japonesas podem oferecer em termos de gastronomia. “Um dos pontos altos da viagem foi a aula show com a mestre Mari Hirata, chef, professora de cozinha e pesquisadora, que conciliou a cultura japonesa com a brasileira e completou sua formação na França. Há mais de 20 anos, recebeu convite da confeitaria Toraya Café, para atender à família imperial”, conta Paulo Machado.
Em termos de curiosidade, a comida japonesa é baseada nas estações e o melhor do que cada mês do ano pode gerar. “O grupo viajou no outono, em outubro, que é a época do ano que se encontra os pescados mais frescos e eles começam a engordar e isso gera um peixe muito saboroso”, lembra.
Outro momento especial foi a aula com a Samurai em Sake Etsuko Nakamura, que mostrou seus conhecimentos sobre a tradicional bebida nacional. O grupo também aprendeu sobre o Chanko-nabe, o prato típico que os lutadores de sumô consomem após o treino da manhã, composto por legumes, frango e macarrão, cozidos em uma panela quente fumegante. Além do gingko biloba, uma castanha que tem valor nutritivo muito importante.
Outra iguaria experimentada foi o Shirako, o esperma do peixe, que pode ser servido arroz branco, ser frito, grelhado, servido no sushi ou apreciado puro. A programação incluiu aula sobre chás. O chá faz parte não apenas de hábitos cotidianos, mas também possui simbologia e significados no comportamento social japonês.
Além de muitos pratos e iguarias japonesas, o grupo experimentou uma hospedagem em estilo tradicional japonês, incluindo vestimentas e uma refeição no estilo Kaiseki, em que o chef dedica-se a preparar os alimentos de forma artesanal, muito elaborada e decorada, valorizando os produtos típicos da região e da estação.
Em meio a tantas atividades, o grupo teve momentos livres para caminhadas pelas ruas e comprinhas. Também rolou hospedagem no hotel localizado em Ginza, o bairro mais luxuoso e sofisticado de Tóquio. “Considerado um dos metros quadrados mais caros do mundo, que abriga vários arranha-céus com arquitetura moderna, grifes de luxo, algumas construções antigas tradicionais, e as maiores lojas de departamento de Tóquio, como a Mitsukoshi, Matsuya, Wako, que quando as portas são abertas, os funcionários, inclusive os gerentes, recebem os clientes curvando-se com reverência, expressando a hospitalidade japonesa”.
As avenidas mais famosas do bairro são a Chuo Dori e a Harumi-Dori. Aos domingos, a rua principal, Chuo Dori, fecha para os carros e se transforma numa espécie de calçadão. As áreas de alimentação das lojas de departamento dispõe de iguarias da gastronomia japonesa, como sushi e sashimi fresquinhos, biscoitos de arroz (senbei), doces com feijão (manju, yokan, daifuku), vários tipos de chás, saquês e cortes de Kobe beef, a carne famosa e cara, em que os bovinos são tratados com cerveja e massagens ao som de música clássica.
Outro ponto alto foi conhecer o Toyosu Fish Market, o maior mercado de peixes, conhecido mundialmente desde 1935 por seus leilões de atum durante a madrugada, e uma das principais atrações turísticas de Tóquio. “Este mercado movimenta diariamente toneladas de peixes frescos e produtos marinhos, além de flores, peixes secos, frutas, verduras, utensílios domésticos, cerâmicas, chás, souvenires, algas e condimentos”, lembra.
Esse pacote de 10 dias custa aproximadamente R$ 21 mil, com as hospedagens, traslados, passeios, aulas e refeições inclusas. Os turistas também são acompanhados por Paulo. Quem quiser saber mais sobre as expedições pode acompanhar tudo pelo Instagram (clique aqui)